O brainstorming, ou tempestade de ideias, é uma etapa do design thinking específica para o início da fase de ideação. Após explorar e identificar as dores e necessidades do mercado e dos clientes, essa técnica de criatividade em grupo é utilizada para encontrar soluções para problemas específicos.
A prática do brainstorming surgiu em um momento de desespero. Em 1939, a BBDO, uma das maiores agências de publicidade dos Estados Unidos, enfrentava a falência, quando um dos fundadores, Alex Faickney Osborn, concebeu uma ideia que chamou de “Thinking up” e publicou o livro "How to Think Up" em 1942. Nesse livro, ele apresentou o princípio fundamental de pensar de maneira ampla e descontrolada para gerar a maior quantidade possível de novas ideias.
Os primeiros participantes desse processo referiam-se às suas tentativas como “sessões de brainstorming”, no sentido de usar o cérebro para resolver um problema. Com ideias mais criativas, a BBDO conseguiu reverter a situação e, em 1951, seu faturamento já ultrapassava os US$ 100 milhões. Sete anos depois, oito das dez maiores empresas americanas estavam utilizando o método de Osborn.
Em 1953, Osborn lançou sua obra mais conhecida: "Applied Imagination", onde introduziu o termo “brainstorming” e definiu suas regras. Sua citação “é mais fácil moderar uma ideia excêntrica do que pensar em uma nova” resume bem sua abordagem: gerar o máximo possível de ideias para um problema ou pergunta, independentemente de quão absurdas possam parecer inicialmente. A recomendação é tirar todas as ideias da cabeça e depois avaliá-las.
As quatro regras do brainstorming de Osborn:
1. Foco na quantidade
A primeira regra estabelece que a criação do máximo de ideias possível é a melhor maneira de alcançar o sucesso criativo. A chave é criar um ambiente que promova o pensamento diverso, eliminando a ideia de uma única solução apropriada para um problema. Apesar de muitas ideias serem irreais ou de baixa qualidade, a liberdade de gerar uma grande quantidade de conceitos leva à ideia certa ou à combinação certa para o sucesso, conforme a máxima “quantidade gera qualidade”.
2. Restrição a críticas
A segunda regra afirma que ninguém deve avaliar ou criticar as ideias durante seu processo de geração. Ao suspender o julgamento, cria-se um ambiente de apoio onde os participantes se sentem livres para gerar ideias incomuns sem constrangimento, aumentando a criatividade. Não existe ideia ruim nesse primeiro momento, e ideias bobas podem gerar ideias melhores ao serem revisadas posteriormente.
3. Incentivo a ideias fora do comum
A terceira regra incentiva ideias incomuns. Isso pode abrir novas maneiras de pensar e fornecer melhores soluções ao ver o problema de outra perspectiva, sem suposições limitantes. Buscando quantidade e evitando críticas, as equipes naturalmente serão encorajadas a propor até as ideias mais fora do comum.
4. Combinação e melhoria de ideias
A última regra incentiva os participantes a desenvolver as ideias uns dos outros, combinando, separando e detalhando-as para descobrir ideias mais ousadas e adequadas. Adaptar e melhorar outras ideias é tão valioso quanto gerar a ideia inicial, e a sinergia de conceitos pode fortalecer o trabalho em grupo na empresa.
A realização de sessões de brainstorming pode seguir diferentes abordagens, incluindo sessões individuais ou reversas, além da estruturação em grupo. Técnicas e processos colaborativos ajudam a inovar e contribuem para uma tempestade de ideias mais assertiva. A técnica descrita em "Applied Imagination" ainda é usada hoje, aparecendo em manuais de produtividade e guias de pensamento criativo para empresários de todos os setores. Essa técnica é composta por cinco etapas:
Nomeação de um moderador;
Definição clara do problema;
Registro de todas as ideias sem crítica;
Delimitação de tempo; e
Revisão e priorização das ideias no final do período de coleta.
O moderador, responsável por liderar a sessão, deve ser escolhido cuidadosamente devido à sua grande responsabilidade. Ele começa declarando o problema de forma simples, para que o grupo se concentre em um único objetivo. Um registrador (não necessariamente o líder) anota todas as ideias geradas, sem especificar o autor, de forma que todo o grupo possa vê-las.
Para a sessão, deve-se definir um limite de tempo, geralmente entre 15 a 60 minutos, dependendo da complexidade do problema. Muitas vezes, as ideias mais inovadoras surgem quando os participantes são forçados a pensar em algo novo ou em momentos de descontração. Para continuar a tempestade de ideias após a sessão inicial, deve-se criar um mecanismo para registrar novas ideias individuais.
Após esgotar o estoque de ideias, inicia-se a fase de crítica e avaliação para selecionar soluções viáveis. Nessa fase, a quarta regra de Osborn é aplicada: combinação e melhoria de ideias. Com ideias aprimoradas e melhor descritas, procede-se à priorização das melhores sugestões.
A avaliação das ideias pode ser feita pelo próprio grupo ou por novos membros que compreendam melhor a viabilidade do negócio. Recomenda-se que a avaliação final seja realizada pelos responsáveis diretos pelo problema. A transição do pensamento criativo para o crítico é essencial, exigindo uma mentalidade diferente das etapas iniciais.
Para avaliar ideias, o grupo pode seguir os seguintes passos:
Criar uma lista curta para que os participantes escrevam individualmente suas ideias favoritas;
Combinar as ideias em uma lista coletiva;
Definir critérios de avaliação, como viabilidade, complexidade, custos, fatores humanos, tempo, qualidade, recursos, segurança, fluxo de trabalho, entre outros;
Classificar as ideias de acordo com esses critérios, atribuindo pontuações definidas pela empresa ou pelo grupo;
Compartilhar as melhores ideias e definir estratégias para implementá-las.
Podemos concluir que o brainstorming é mais do que uma dinâmica de grupo; é uma maneira de iniciar a ideação, gerando ideias para resolver problemas claramente definidos. Ele ajuda a empresa a produzir um arsenal de soluções potenciais, utilizando quatro regras principais para aumentar a criatividade: foco na quantidade, restrição a críticas, incentivo às ideias fora do comum e combinação e melhoria de ideias. Essas regras criam um ambiente onde o grupo se sente à vontade para gerar o maior número de ideias possíveis, que são posteriormente avaliadas e aprimoradas para solucionar problemas de forma criativa e eficaz.
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